segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Burnout, a sindrome da exaustão.

A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".
A síndrome de Burnout ( burn out, queimar por completo), também referida como síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após verifica-lo em si mesmo, na década de 70.
A dedicação exagerada à actividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar um alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, necessidade de se afirmar, o desejo de realização profissional transforma-se em obstinação e compulsão.
Sintomas de Burnout:
  • Necessidade de se afirmar ( quer fazer tudo sozinho)
  • Dedicação intensa - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho;
  • Descuido com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos, começam a perder o sentido;
  • Recalcamento dos conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
  • Reinterpretação dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho;
  • Negação de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contactos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes;
  • Recolhimento;
  • Mudanças evidentes de comportamento
  • Vazio interior;
  • Sintomas depressivos ( baixa auto-estima, culpabilidade, desistência da vida, falta de esperança)
Os sintomas físicos são variados: fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, problemas digestivos. O Burnout é geralmente desenvolvido como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação, mas o que prevalece da prática clínica é que trabalhadores com determinados traços de personalidade são mais susceptíveis a esta síndrome. A génese do Burnout não é consensual. Enquanto alguns estudos defendem que o burnout refere-se exclusivamente a uma síndrome relacionada à exaustão e ausência de personalização no trabalho, outros dizem ser um caso especial da depressão clínica ou apenas uma forma de fadiga extrema.
Os Trabalhadores da área de saúde são frequentemente propensos ao Burnout. Cordes e Doherty (1993), em seu estudo sobre esses profissionais, observaram que os profissionais que têm interacções intensas ou emocionalmente carregadas com outros estão mais susceptíveis.
Os estudantes são também propensos ao burnout nos anos finais do ensino ; curiosamente, este não é um tipo de burnout relacionado com o trabalho, talvez isto seja melhor compreendido como uma forma de depressão. Bancários e professores parecem ter mais tendência ao burnout do que outros profissionais.
Os médicos e enfermeiros parecem ter a proporção mais elevada de casos de burnout (de acordo com um estudo recente no Psychological Reports, nada menos que 40% dos médicos apresentavam altos níveis de burnout)
A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das consequências mais marcantes do stress profissional, e caracteriza-se por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade em relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional).
O termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior, sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de stress consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.
No entanto a prática clínica mostra-nos que o Burnout, não é mais do que uma depressão grave que surge associada ao trabalho, mas que tem na sua génese uma personalidade depressiva e com muitos conflitos internos. Dificilmente esta perturbação surge em pessoas bem resolvidas emocionalmente.
Na conjuntura económica e social derivadas de acções politicas, que existe em Portugal ,propicia, actualmente que surjam cada vez mais situações ligadas ao stress profissional. Claro que quanto maior for a propensão da pessoa para estados mais depressivos, maior será o risco de vir a sofrer desta sindrome. 
A cura para este problema nem sempre passa pela ingestão de medicamentos que a médio prazo trazem consequências físicas ao corpo humano. A psicoterapia poderá ser outra alternativa.
Se sente que estás nestas condições procure ajuda.