quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Terapia de casal, o que é?

“Nosso amor é muito bonito, ela finge que me ama e eu finjo que acredito”
Nelson Sargento autor da musica “Falso amor sincero”

A procura de ajuda em conflitos conjugais e familiares vem assumindo uma relevância própria da mudança de mentalidades. Nem todos os conflitos tem que acabar num divorcio( sendo que em algumas  das situações até se intensifica) podendo o casal trabalhar as suas diferenças com  a ajuda de um terapeuta.
Todo o individuo é um grupo, ou seja, dentro de cada um existe ao longo de toda a sua vida( um pai “bom”, e, ao mesmo tempo, pai mau; uma mãe igualmente “boa e uma mãe “má”, a relação do casal, os filhos, os vínculos entre irmãos etc.) sendo que cada uma destas personagens interage entre si no interior do individuo e no exterior, levando a que o casal repita o “teatro” da sua família, sem que seja possível escapar à comunicação e vínculos patológicos conhecidos na sua vivência desde a infância. 

As principais causas que desgastam um casal, ao ponto de conduzir a um desejo de separação ou divorcio, são as seguintes:

·         Uma profunda desilusão quando a fase de paixão passa e a realidade se impõe.
Personalidades imaturas, de um ou ambos, de dependência dos pais, ou quando os filhos nascem.
·         A entrada de uma terceira pessoa na vida do casal ( amante)
·         Infidelidade conjugal
·         Lutos patológicos por resolver.
·         Agressões reciprocas
·         Mudança de valores em casais muito jovens
·         Indefinição de papeis junto aos filhos sogros e pais
·         Falta de limites familiares
·         Patologia de personalidade de um
Objectivos da terapia de casal:
·         Reconhecer a  relação vincular do casal ( que espécie de jogo, jogam)
·         Restabelecer o processo de comunicação.
·         Ajudar a compreender as dinâmicas do casal
·         Aceitar as diferenças do outro

Na terapia de casal o cliente é o casal.

Como é que se processa a terapia de casal?

Uma primeira sessão em conjunto em que o terapeuta escuta o casal e o seu pedido. Uma segunda sessão individual com cada um, com o compromisso do sigilo, e uma terceira para devolução de resultados das entrevistas. O encaminhamento poderá ser para terapia de casal ou para terapia individual dos dois. 

Quando é que não é caso para terapia de casal?

·         Quando um dos membros quer mesmo separar-se.
·         Quando um dos membros ou ambos têm uma patologia da personalidade.
 

domingo, 11 de setembro de 2011

O primeiro dia de escola

O primeiro dia de escola é quase sempre um motivo de ansiedade para a criança. Se os pais puderem convêm mostrar-lhe o espaço físico da escola, exterior e interior e até os adultos que lhe serviram de referência. Claro que quase sempre isso só é possível em cidades pequenas, ou então se o seu filho frequentar uma escola privada.  
É na natural que nos primeiros dias de escola algumas crianças chorem por receio de deixar a protecção dos pais e porque enfrentar o desconhecido não é tarefa fácil, pode causar ansiedade e alguns sintomas físicos, como dor de barriga e de estômago. Muitas das crianças começam na escola muito cedo (aos 5 anos) e, embora estejam com um desenvolvimento cognitivo que lhe permite aprender a ler e a escrever, no que diz respeito ao desenvolvimento emocional a situação é diferente. Aos cinco anos, na minha opinião, é demasiado cedo para encetar uma vida escolar. O ideal seria a criança começar aos sete anos.
Perante uma situação de recusa em ficar na escola os pais ficam quase sempre muito aflitos e culpabilizam-se por estarem a submeter a criança a uma situação que lhe causa sofrimento. Se a criança chorar os pais devem manter-se firmes e carinhosos e conversar bastante com a criança sobre as vantagens de aprender coisas novas e também as oportunidades de fazer novos amigos e novas brincadeiras. Assegurar sempre à criança que não será abandonada na escola, que no final do período lectivos pais, mãe, avós, ou outros familiares significativos a iram buscar. Se os pais se mantiverem tranquilos, rapidamente as crianças interiorizam a nova rotina e a ansiedade desaparece.
A forma como cada criança irá ultrapassar a sua separação dos pais no primeiro dia de aulas, depende sempre dos factores de cada personalidade envolvida no processo (pais e criança) e da própria dinâmica familiar. A separação é algo inevitável na vida do ser humano. Se os pais preparam os filhos para a autonomia, então o processo é aligeirado, se, pelo contrário os pais são e foram muito protectores e não deram espaço para a criança experimentar coisas sozinho, então a entrada na escola pode -se complicar, levando mesmo a casos de recusa escolar ou fobia escolar.
Recusa escolar
O significado da recusa em voltar às aulas após as férias é diferente  da criança que se recusa a ir pela primeira vez. Algumas vezes essa recusa é motivada pela insegurança gerada por motivos como: doença de uma pessoa próxima, separação dos pais, excesso de atividades fora do período escolar (balet, natação, musica,futebol entre outras)  o receio de não corresponder às expectativas dos pais, notas baixas e dificuldades de aprendizagem anteriores, a troca de professores, e também o receio de que  os colegas sejam diferentes da turma em que estava. Esses costumam ser sintomas passageiros. Caso persistam, os pais devem procurar orientação com os profissionais da própria escola, com o médico pediatra e com um psicólogo . A família e a escola devem deixar claro para a criança que há uma parceria entre eles e que a criança se pode sentir segura.  No entanto todas estas medidas não servirão para nada se a criança não gostar da escola. Quando a criança não gosta da escola e os pais notam uma grande angústia é sempre prudente consultar um psicólogo para entender as reacções da criança.
Fobia escolar
A fobia escolar é um problema que surge desde o jardim-de-infância até à universidade. Pode surgir ao longo da vida, desde criança até adulto jovem. A sua incidência é maior no pré-escolar e creche, mas durante o primeiro ano da entrada na escola a sua incidência é de 2%. ´
Numa situação típica de fobia escolar, a criança/jovem logo de manhã acorda com queixumes de dor de barriga associado por vezes a vómitos, diarreias, dor de cabeça, com intensificação do sintoma à medida que se aproxima a hora de ir para a escola, com verbalização do tipo “…não quero ir para a escola…” ou por vezes na véspera poderá surgir a questão “…amanhã é dia de ir para a escola?...” ou “ hoje estou com febre” , estas situações leva a que os pais fiquem sempre muito angustiados e procurem uma forma de melhor lidar com a situação. Infelizmente há pais que não conseguem perceber que o filho não está assim por preguiça ou má vontade em ir à escola. Há uns dois anos vi uma criança ser arrastada para a escola num choro intenso, uma situação que já durava há algum tempo e que teve intervenção dos técnicos adequados. Estes pais atribuíam a recusa do filho em ir à escola a preguiça.
Na Fobia escolar da criança está, quase sempre, latente uma grande “ansiedade de separação” dos seus pais e do mundo que lhe é familiar e no qual se sente protegido.
Estas crianças geralmente, apresentam também, dificuldades em dormir sozinhas, medo de ir para casa de amigos, entre outras relutâncias em se distanciar das pessoas com as quais passa a maior parte do tempo.

É importante não ridicularizar a criança e se os sintomas persistirem por mais de algumas semanas deverá ser encaminhado para psicoterapia, com um psicólogo que seja psicoterapeuta.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sintomas da depressão

Nos últimos dias a palavra-chave mais utilizada na pesquisa dos blogs e sites de psicologia tem sido “ depressão sintomas”, ou “sintomas de depressão” . Previa-se há muito que as condições sociais e económicas vigentes no nosso país levariam a um aumento em flecha desta doença.
Quem já possui de alguma forma fragilidades que apontam para sintomas depressivos, poderá nesta altura surgir a doença que estaria latente há muito. Convém não confundir tristeza com sintomas depressivos. A tristeza é um sentimento que surge ao longo de toda a vida e em todas as pessoas. Essa emoção dura algum tempo e depois atenua-se ou desaparece. A depressão mantém-se e só se “cura” com tratamento adequado, normalmente com psicoterapia e eventualmente com fármacos. Mas nunca só com medicamentos. Uma depressão diagnosticada no seu inicia tem um bom prognóstico de cura.
Se os sintomas descritos abaixo se mantiverem por mais de duas semanas, pense seriamente em consultar um psicoterapeuta porque pode estar deprimido.  

  • Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
  • Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
  • Fadiga, cansaço e perda de energia;
  • Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
  • Falta ou alterações da concentração;
  • Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
  • Desinteresse, apatia e tristeza;
  • Alterações do desejo sexual;
  • Irritabilidade;
  • Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.