sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A depressão ( continuação)

                                                            Imagem da web
A pessoa deprimida sente-se sempre culpada de tudo o que lhe acontece a si e à sua volta, tal como pensa sempre que não tem valor e, que ninguém gosta dela. Dai que afirmemos que se trata de uma doença dos afectos. A depressão surge das mais variadas formas nas crianças podem surgir problemas na escola, baixo rendimento escolar, ficarem muito caladas, ou pelo contrário muito irrequietas, rebeldes, sem mostrarem qualquer tipo de tristeza. 
Nos adultos, podem surgir sentimentos de tristeza, choro, apatia, falta de apetite, dificuldades em dormir, irritabilidade, sintomas de pânico, fobias, isolamento, ou uma sensação de esgotamento
Esse esgotamento não é mais que outra forma de depressão. Sentir-se esgotado é sentir-se sem disposição para a vida, para enfrentar os problemas, a monotonia, a constância da vida, para continuar a fazer as mesmas coisas, para suportar as mesmas pessoas, para se defender. Esgota-se a energia e a capacidade de adaptação aos problemas do dia a dia. O que constatamos na clínica é que não existe um estado de esgotamento sem um estado afectivo diminuído, logo, com fundo depressivo.
Nas crianças a depressão tem manifestações diferentes dos adultos. Nas crianças, um dos transtornos muito associados à depressão é a hiperactividade. Esses sintomas hiperactivos não são mais que a incapacidade da criança em pensar sobre aquilo que a atormenta, normalmente a falta de afecto. Como não consegue pensar sobre o sofrimento age. É pela falta de afecto que a pessoa deprime. 
A depressão pode surgir nas mudanças do ciclo de vida da pessoa, em que se operam mudanças significativas (casamento, nascimento de um filho, entrada para a escola, morte de alguém, divórcio) ou a pessoa manter-se num estado de depressão latente, sem se deprimir de facto durante anos.
A depressão pode manifestar-se ainda sob formas de ansiedade, tais como ter medo de viajar sozinho, sentir-se preso num elevador(sintomas fóbicos), estar em locais cheio de gente, cisma com doenças, sentir-se avaliado pelos outros, ter medo de falar em publico, entre outros. Ou sob a forma de somatizações, com a queixas físicas( dores de cabeça frequentes, dores abdominais, dores no tronco, diarréias persistentes sem causas fisicas, insónias, perda de peso/aumento de peso. 
Esses sintomas, apesar de causarem muito incomodo à pessoa não são visíveis nos exames médicos, levando por vezes ao arrastamento da situação nas consultas médicas sem qualquer tipo de resolução a não ser a administração de medicamentos. Podem apresentar-se outras queixas , tais como: falta de ar, dores nos membros, estômago, palpitações, tonturas, formigueiros. 
A depressão pode agravar situações como a diabetes, hipertensão, asma, alergias, síndrome vertiginoso, etc., e ai falamos em doenças psicossomáticas.
A depressão é uma doença muito grave e que compromete toda a vida da pessoa e de quem lhe está próximo. A incapacidade para lidar com as exigências e o humor duma pessoa deprimida conduz a situações sociais graves numa família, tornando-se urgente consultar um especialista da saúde mental (psicoterapeuta, psiquiatra ou psicólogo clínico), para que a pessoa possa  tratar-se rapidamente, porque, em situações limite a depressão conduz ao suicídio.
A conjuntura social e económica derivada de decisões politicas está a aumentar a incidência desta doença. Se sente que está deprimida(o), não espere, procure ajuda.